A felicidade e a tristeza

A felicidade se perdeu de si mesma. Está fora de controle!
Está lá, estampada em todas as esquinas, todas as mídias sociais.
Mais do que ser feliz, é preciso parecer feliz o tempo todo e a qualquer custo.
Tornou-se quase um crime não ostentar felicidade.
Vivemos na era da ditadura da felicidade.
Dentre tantos sorrisos que precisam ser felizes, eu já nem sei mais quais deles são felizes de verdade.
E a tristeza? O que dela? Para onde foi?
Esquecemo-nos de algo deveras importante:
O essencial e mais importante para a felicidade é saber ser triste.
Ninguém posta a tristeza, pobre coitada.
Nunca vi a tristeza tão triste, esquecida, abandonada, quase proibida, interditada.
Hoje a tristeza é como uma doença.
A tristeza, porém, não é doença!
A tristeza é uma emoção humana e, como toda emoção, é necessária.
E sendo a tristeza quem é, é mais do que necessária, é imprescindível.
Da tristeza nasce o referencial que torna possível qualquer medida de felicidade.
Ser triste é ser humano, é ser poeta.
Se Fernando e suas pessoas não tivessem sido tristes, jamais teriam sido quem puderam ser.
Onde teriam ido parar, então, todas as pessoas de Fernando?
E Clarisse? Pobre Clarisse…
Será que alguém consegue imaginar Clarisse vez ou outra sem ser triste?
E se os Fernandos e Clarisses do mundo foram felizes em alguma medida, tenho certeza de que o foram sendo tristes… ou o foram por serem tristes. Certo é que jamais o teriam sido sem tristeza.
Pense com clareza e chegará a uma difícil constatação: talvez a felicidade, o que quer que seja ela, jamais existisse, se não existisse também pelo menos um pouco de tudo aquilo que é capaz de entristecer.
Seria, essa tal tristeza, um referencial que torna possível qualquer medida de felicidade, o que quer que seja ela?
Todo ser humano encontrará com a tristeza em sua jornada. Inevitavelmente aprenderá que, se não a escutar, ela se travestirá de outras emoções.
Poderá vir como raiva, ódio, frustração, impaciência, angústia, agonia, inquietação.

A tristeza é a emoção de mil faces.

Tão sorrateira é a tristeza que poderá parecer até felicidade, como parece hoje nas redes sociais, onde já não é possível mais saber quem é triste ou feliz.

Mas tenham calma! Muita calma!
Não tenham medo da tristeza.
A tristeza é e pode ser a sua amiga, uma improvável e poderosa aliada.
Ela oculta segredos impensáveis, verdades interiores que vão além das palavras.
Aprender a escutar a tristeza é uma arte. É mais do que uma arte. É o que permite a própria existência da arte.
Da tristeza quero não mais que o seu abraço. Quero lhe escutar as palavras inauditas que veio a me dizer, que contém o segredo de tudo aquilo que preciso descobrir para viver e, quem sabe, até mesmo, quase sem querer, encontrar felicidade.

Novamente, calma!

Não é preciso ficar triste…
… mas é permitido, é possível, é humano.
Às vezes, é, até mesmo, recomendado.

Permita-se!

Não há nada de errado com isso. Absolutamente nada!
Um alerta, porém: se por um acaso a tristeza puxar uma cadeira para se sentar. Se a tristeza se recusar a ir embora. Se a tristeza se tornar tão tirana quanto a felicidade o é nos dias de hoje, aí sim, fique mais atento, converse com alguém, procure ajuda, pessoal ou profissional – ambos, se necessário.

E tenha isto sempre em mente:
A sua tristeza está tentando lhe dizer algo importante. Vez ou outra tudo o que ela quer é ser escutada. Às vezes, ao ser escutada, ela vai embora… outras vezes apenas diminui… algumas raras vezes, ao ser escutada, a tristeza, que surpresa, vira até felicidade!

Escutar a tristeza é uma arte.
Escutar a tristeza… é arte.

Clique aqui e aprecie a obra “Um poema para o meu cachorro e 99 poemas para pessoas que amam“, de Thadeu Neves.

Pela manhã não vejo expectativas

Pela manhã gratidão por mais um dia, mas difícil é levantar da cama e não ter expectativas
É só mais uma manhã, mais um dia sem ter um plano
Não existe mais rotina, nem esperança de sonho que se aproxima
Chega um momento na vida em que não há o que sonhar
O sorrir já não tem tanta necessidade, em observar os que têm planos traçados
Não escolhi a melancolia, foi a tristeza que veio fazer parte de meus dias
Aos poucos a vida foi tirando de mim o sorriso e de meus olhos o brilho
O que mantém contentamento são os filhos que vieram de meu ventre
O que me mantém em pé são os frutos de um grande amor que ao meu lado ficou por mais de duas décadas
Onde está esse amor? Repousa hoje nos braços do Senhor
Em minha vida restou o vazio, a saudade e a dor, em minhas lembranças irás comigo por onde eu for.

Clique aqui e aprecie a obra “Este grande amor“, de Silvana Tomas.

A graça precede a gratidão

O escritor e educador Rubem Alves, em uma de suas entrevistas, ressalta a importância de oferecermos “algo bom” para pagarmos nossas promessas, dando o seguinte exemplo: “Senhor, se me concederes essa bênção, eu prometo que, todos os dias às 6 horas da tarde vou ler um poema de Fernando Pessoa”. Fico imaginando a audiência que daria na televisão se, ao invés dos programas policiais que pululam a cada momento neste mesmo horário, tivéssemos um programa exaltando a poesia de Fernando Pessoa ou outro poeta qualquer. Poesia não dá o mesmo ibope que um programa policial contando as mazelas de se viver no planeta Terra, mas nós vivemos esperando por esses momentos mais poéticos em nossas vidas. Porém, em muitas ocasiões, achamos que promessas bem feitas são apenas aquelas a que recorremos a punições e uma vida que se sofre é uma vida necessária para atingirmos objetivos.

Recorrendo novamente à Rubem Alves, ele também conta que as pérolas só são fabricadas pela ostra porque entram alguns grãozinhos de areia que as machucam e produzem esta esfera valiosa. Contudo, há uma diferença entre se ter resiliência de se passar por uma tempestade que veio sem avisar e saber aguardar a calmaria, do que se escolher estar nesta tempestade. Há sofrimentos que são opcionais, sofrimentos que a gente pode escolher vivê-los ou não. Mas, todo sofrimento é passageiro! Cabe a nós, primeiro, saber como não entrar em problemas que nem deveriam existir, e, para aqueles que somos obrigados a passar, que saibamos revertê-los o mais rapidamente possível. No meu caso, a poesia ajuda bastante. E no seu caso? O que lhe ajuda a sair de um momento desagradável? O que lhe faz perceber que os problemas podem ter soluções?


Não conseguimos enfrentar momentos difíceis sem recorrermos à felicidade. Não produzimos pérolas provindas de marteladas, sua fabricação é sempre um processo interno de amadurecimento. Não se cria resiliência apenas com sofrimento, muito pelo contrário. Focar naquilo que mais nos agrada é a melhor maneira de nos protegermos de todo mal. Precisamos, então, em meio a tantos dias nublados que temos, saber encontrar o caminho do sol e observar um arco-íris no céu. 


Deve-se sempre achar graça antes de encontrar a gratidão! O que precede a batalha que é necessária ser vivida é saber do porquê se luta, já que o “para quem” deve ser sempre nós mesmos. Vamos sempre buscar persistir na vida se tivermos bons motivos (nossos reais motivos) para tal, e isso a gente só percebe quando escolhemos uma vida mais leve, uma vida sem ficarmos reclamando daquilo que já está feito, achando melhor ir arrumando, dando um novo jeito, criando novos olhares e encontrando novas perspectivas para deixar a alegria entrar novamente. Um círculo vicioso de críticas à vida se cria quando paramos de nos importar com a nossa felicidade e passamos a dar mais valor àquilo que nos fez mal. Portanto, saibamos criar nossas pérolas, mas sempre prometendo, para Deus e para si mesmo, o melhor que nós temos, a nossa poesia de Fernando Pessoa lida às 6 horas da tarde.

Conheça o livro do autor Fábio Granville, A gente se comporta melhor na calmaria quando já passou por tempestades.

Pela manhã não vejo expectativas

Pela manhã gratidão por mais um dia, mas difícil é levantar da cama e não ter expectativas
É só mais uma manhã, mais um dia sem ter um plano
Não existe mais rotina, nem esperança de sonho que se aproxima
Chega um momento na vida em que não há o que sonhar
O sorrir já não tem tanta necessidade, em observar os que têm planos traçados
Não escolhi a melancolia, foi a tristeza que veio fazer parte de meus dias
Aos poucos a vida foi tirando de mim o sorriso e de meus olhos o brilho
O que mantém contentamento são os filhos que vieram de meu ventre
O que me mantém em pé são os frutos de um grande amor que ao meu lado ficou por mais de duas décadas
Onde está esse amor? Repousa hoje nos braços do Senhor
Em minha vida restou o vazio, a saudade e a dor, em minhas lembranças irás comigo por onde eu for.

Clique aqui e aprecie a obra “Este grande amor“, de Silvana Tomas.

godoysilvanaaparecidatomas@gmail.compela-manha-nao-vejo-expectativas

A felicidade e a tristeza

A felicidade se perdeu de si mesma. Está fora de controle!
Está lá, estampada em todas as esquinas, todas as mídias sociais.
Mais do que ser feliz, é preciso parecer feliz o tempo todo e a qualquer custo.
Tornou-se quase um crime não ostentar felicidade.
Vivemos na era da ditadura da felicidade.
Dentre tantos sorrisos que precisam ser felizes, eu já nem sei mais quais deles são felizes de verdade.
E a tristeza? O que dela? Para onde foi?
Esquecemo-nos de algo deveras importante:
O essencial e mais importante para a felicidade é saber ser triste.
Ninguém posta a tristeza, pobre coitada.
Nunca vi a tristeza tão triste, esquecida, abandonada, quase proibida, interditada.
Hoje a tristeza é como uma doença.
A tristeza, porém, não é doença!
A tristeza é uma emoção humana e, como toda emoção, é necessária.
E sendo a tristeza quem é, é mais do que necessária, é imprescindível.
Da tristeza nasce o referencial que torna possível qualquer medida de felicidade.
Ser triste é ser humano, é ser poeta.
Se Fernando e suas pessoas não tivessem sido tristes, jamais teriam sido quem puderam ser.
Onde teriam ido parar, então, todas as pessoas de Fernando?
E Clarisse? Pobre Clarisse…
Será que alguém consegue imaginar Clarisse vez ou outra sem ser triste?
E se os Fernandos e Clarisses do mundo foram felizes em alguma medida, tenho certeza de que o foram sendo tristes… ou o foram por serem tristes. Certo é que jamais o teriam sido sem tristeza.
Pense com clareza e chegará a uma difícil constatação: talvez a felicidade, o que quer que seja ela, jamais existisse, se não existisse também pelo menos um pouco de tudo aquilo que é capaz de entristecer.
Seria, essa tal tristeza, um referencial que torna possível qualquer medida de felicidade, o que quer que seja ela?
Todo ser humano encontrará com a tristeza em sua jornada. Inevitavelmente aprenderá que, se não a escutar, ela se travestirá de outras emoções.
Poderá vir como raiva, ódio, frustração, impaciência, angústia, agonia, inquietação.

A tristeza é a emoção de mil faces.

Tão sorrateira é a tristeza que poderá parecer até felicidade, como parece hoje nas redes sociais, onde já não é possível mais saber quem é triste ou feliz.

Mas tenham calma! Muita calma!
Não tenham medo da tristeza.
A tristeza é e pode ser a sua amiga, uma improvável e poderosa aliada.
Ela oculta segredos impensáveis, verdades interiores que vão além das palavras.
Aprender a escutar a tristeza é uma arte. É mais do que uma arte. É o que permite a própria existência da arte.
Da tristeza quero não mais que o seu abraço. Quero lhe escutar as palavras inauditas que veio a me dizer, que contém o segredo de tudo aquilo que preciso descobrir para viver e, quem sabe, até mesmo, quase sem querer, encontrar felicidade.

Novamente, calma!

Não é preciso ficar triste…
… mas é permitido, é possível, é humano.
Às vezes, é, até mesmo, recomendado.

Permita-se!

Não há nada de errado com isso. Absolutamente nada!
Um alerta, porém: se por um acaso a tristeza puxar uma cadeira para se sentar. Se a tristeza se recusar a ir embora. Se a tristeza se tornar tão tirana quanto a felicidade o é nos dias de hoje, aí sim, fique mais atento, converse com alguém, procure ajuda, pessoal ou profissional – ambos, se necessário.

E tenha isto sempre em mente:
A sua tristeza está tentando lhe dizer algo importante. Vez ou outra tudo o que ela quer é ser escutada. Às vezes, ao ser escutada, ela vai embora… outras vezes apenas diminui… algumas raras vezes, ao ser escutada, a tristeza, que surpresa, vira até felicidade!

Escutar a tristeza é uma arte.
Escutar a tristeza… é arte.

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pianothad@gmail.coma-felicidade-e-a-tristeza