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Carta para minha avó paterna, Ona Bastyte Petraitiene
Querida avó Ona, fiquei muito feliz ao reler as tuas antigas cartas mandadas para meu pai, teu filho Alfonsas (1923-1990). Estamos separadas há anos por tempo e espaço, e quantas dúvidas surgiram em minha mente, como ficaria feliz em ter te conhecido pessoalmente e poder conversar sobre os tempos passados. Sei muito pouco sobre a tua vida, teus sonhos, tua história, mas do pouco que sei, tenho muitas perguntas a te fazer. Sei que nasceu na Lituânia, ou pelo menos acredito que tenha sido a tua pátria. Então porque a tua história, contada por meu pai, era que morava em São Petersburgo? E sei que morava na Nevski Prospect, mas não sei o número e a rua é longa, bem longa…
Sei pela minha procura e por ter estado nela quando fui visitar o Hermitage que a Avenida Nevsky (Невский проспект, Perspectiva Nevsky) é a principal avenida de São Petersburgo, na Rússia. Pensei, caminhando por ela em um dia frio de -14ºC, como devia ser o aquecimento nos dias frios quando vivia lá? Imagino uma lareira ou algo parecido alimentado com lenha.. Sei que, como casou com meu avô em 1921, na Lituânia, e foi para lá antes da 1a. Guerra Mundial quando seu pai, meu bisavô, ao perceber o perigo que se aproximava, a enviou para o interior da Lituânia, a pequena vila de Jurbarkas, para casar com Jurgis Petraitis. Triste realidade a chegar e difícil decisão separar a filha da família… todos os outros morreram, não sobrou ninguém para continuar a história da tua família, também minha, a não ser você, minha querida avó. Do teu pai, Sr. Bastys, nem o primeiro nome sei… e em quantos vocês eram? Ele, sendo o Secretário do Ministro de Relações Exteriores do Czar Nicolau II (1868-1917), devia viver perto da corte e imagino você vestida com uma roupa linda indo de coche pelas ruas da cidade para o palácio onde a família real morava. Penso que deveria ser muito nova, mas, com certeza era linda! E mesmo não sendo de família nobre, deve ter conhecido o Czar Nicolau II, sua esposa e seus filhos. Penso em onde estudou, onde passou os anos de sua infância e juventude e tudo fica enevoado, coberto por incertezas que gostaria de conhecer. Enfim, há tantas perguntas que gostaria de lhe fazer… um dia vamos nos reencontrar em outra dimensão e vou ficar muito feliz em compartilhar nossas histórias, com meu respeito e carinho, onute