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Ana,
Vou falar de mulher para mulher, afinal, nos tornamos íntimas embora exista uma distância cronológica considerável entre nós.
Você marcou a minha vida e de muitas gerações antes da minha. A mesma dor que gerou em você uma marca pra sempre, é sentida por muitas mulheres até hoje, mas a melhor marca sua foi encontrar a cura, e é sobre isso que eu quero falar.
Eu me inspiro em você para solução de muitas outras coisas na vida, e isto faz de você uma mulher inesquecível. O seu legado perpetua, seu nome tem uma marca na vida de cada mulher que, um dia, teve o coração ferido, os olhos embaçados pelas lágrimas e a voz embaraçada pelo grito atravessado na garganta.
Você se sentiu preterida pelo seu marido, esquecida por Deus, ignorada por muitos, foi confundida como uma histérica, sem noção e até com uma alcoólatra, repudiada e indesejada em certos lugares, e foi ali que encontrou a cura, e criou referências.
Você guardava uma dor silenciosa, e esse seu legado de fé na oração secreta, ecoou lá no céu, gerando o profeta Samuel. E com isto, Ana, você nos ensinou que há momentos em que não cabem intermediários, é conexão direta entre você e Deus. Reclamar gera desesperança, abala a autoconfiança, pode ampliar a ferida e até aumentar a dor.
Também aprendemos com você, Ana, que toda dor tem um nome, muitas vezes disfarçado nas justificativas alheatórias, como fuga de uma realidade cruel, incompreendida.
Por isto nesta carta, eu quero em nome de todas as mulheres, dizer o quanto você é admirada pelo seu exemplo de fé, resiliência, e confiança no poder de Deus, para transformar pranto em alegrias.
Vou me lembrar de você todas as vezes que doer em mim, a falta de algo que traga significado na vida, e me lembrar, que esse vazio tem um nome, que só é conhecido por você e Deus, e só Ele é capaz de preencher quando for procurado no secreto.
Por fim, você nos ensinou que toda mulher carrega uma mensagem de amor que vai além se si mesma.
Com afeto.
Regina Célia da Silva Duarte.
Contato: @pensebemvaalem